sexta-feira, 29 de setembro de 2017

CLDF em Busca da Juventude do DF


Câmara Legislativa tenta atrair juventude do DF



No intuito de se aproximar do público mais jovem do DF, a Câmara Legislativa está utilizando as redes sociais para divulgar um clipping com a paródia da "Melô do DF", produzido originalmente em 2015, pelo ator e jornalista TJ Fernandes (publicado na coluna P4 Cultural, do blog P4 Notícias em 26/08). O hit já recebeu mais de  363 mil visualizações.

O Programa Câmara em Movimento leva a CLDF a todas as regiões administrativas para escutar as 10 principais demandas da população. Olha que legal que ficou a Melô do Câmara em Movimento.




O "Melô do DF", do ator e jornalista TJ Fernandes, foi o tema do P4 Cultural do dia 26 de agosto. Agora vejam a paródia produzida e publicada pela Câmara Distrital para divulgar o programa "Câmara Em Movimento". O clipping original já recebeu mais de 363 mil visualizações.

Confira o clipping original: " Melô do DF"




terça-feira, 12 de setembro de 2017

58 anos de Lago Paranoá


58 anos de Lago Paranoá

Pontão do Lago Sul - Foto: Divulgação

Naquela manhã de sábado, 12 de setembro de 1959, o aniversariante Juscelino Kubitscheck, ao lado da esposa Sarah, manobrando um trator, e observado por uma multidão de candangos fez descer as comportas da barragem do Lago Paranoá, nascia, assim, um dos principais cartões postais da cidade, que com suas águas abraça e encanta Brasília.

JK completava 57 anos, no mesmo dia em que “renascia” o Lago Paranoá, uma vez que, segundo relato do botânico e engenheiro francês Auguste Glaziou, integrante da 2ª Missão Cruls, liderada pelo astrônomo belga Luís Cruls e realizada no período de julho de 1894 a dezembro de 1895, no mesmo leito teria existido um outro lago no passado.


Barragem do Lago Paranoá 1959/1960 - Foto: Arquivo Público do DF


“Entre os dois chapadões, conhecidos na localidade pelos nomes de Gama e Paranoá, existe imensa planície em parte sujeita a ser coberta pelas águas da estação chuvosa; outrora era um lago devido à junção de diferentes cursos de água formando o rio Parnauá...” Em seu relatório Glaziou conclui, que com o fechamento dessa brecha forçosamente a água tornará ao seu lugar primitivo e formará um lago artificial inteiramente navegável.

Esses estudos foram realizados durante o período de atuação da Comissão Exploradora do Planalto Central (1892 a 1896), cumprindo determinação da Constituição Republicana de 1891 que previa a mudança da capital federal para o Planalto Central, com a destinação de uma área de 14.400 Km², incorporando áreas das antigas fazendas e vilarejos do estado do Goiás.

Observatório astronômico da Comissão Exploradora do Planalto Central. Foto: brazilia.jor.br- Divulgação


Em 1948, 55 anos depois, a Comissão de Estudos para a Localização da Nova Capital do Brasil, presidida pelo General Poli Coelho referendou os estudos da Comissão Cruls, mas foi somente na Comissão de Localização da Nova Capital, presidida pelo Marechal José Pessoa, em 1955, que os urbanistas Raul Pena Firme, Roberto Lacombe José de Oliveira Reis, incluíram a criação de um lago ornamental.

Juscelino Kubitschek é eleito presidente do Brasil em outubro de 1955. No seu plano de metas, a construção da nova capital Brasília era meta-síntese. A escolha do Sítio Castanho- local onde se localiza o DF- em abril de 1955, já contemplava a proposta do Lago Paranoá. Em 15 de março de1957, o júri escolheu o projeto de número 22 de autoria do arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Brasília e o lago, finalmente iriam sair do papel.


Sangue, suor e lágrimas


JK me frente ao Palácio da Alvorada - Divulgação


Fácil não foi. Diria Juscelino em seu livro Por que construí Brasília. Os problemas na construção da barragem do Paranoá foram “os de solução mais difícil”. JK precisou intervir, pois a empresa contratada para a obra da barragem e da usina do Rio Paranoá, a norte-americana Raymond Concrete Pile, não concluiu o serviço e teve que ser substituída por um pool de seis empresas brasileiras.

Construção da Barragem do Paranoá. Dezembro/1959 - Foto: Mário Fontenele


Enquanto para os operários das obras do Plano Piloto, a rotina era por demais exaustiva, para os candangos que trabalhavam na barragem, ela exigia esforço físico supremo, principalmente para os que tinham de quebrar as pedras usadas na compactação da muralha que interceptou as águas do rio Paranoá e de seus afluentes. Um trabalho hercúleo em nome do sonho da Nova Capital. Mas Brasília não poderia ser inaugurada com um lago vazio, ele era a “moldura líquida da cidade”, disse JK.

Pelo menos meia dúzia de pedreiras foram exploradas nos arredores do lago para a retirada de cascalho, brita e areia necessárias à construção da barragem. Algumas eram particulares, outras pertenciam às construtoras.


A “Atlântida” brasiliense


Vila Amaury- 1958/1959 - Divulgação


O Lago Paranoá guarda segredos e tesouros. Olhando o espelho d’água de 38 quilômetros quadrados não se pode imaginar o que tem no fundo. Muito desse mistério tem origem em uma vila improvisada, construída por os operários que trabalhavam na obra do Congresso Nacional e dos Ministérios.

Inicialmente conhecida por “Sacolândia”, depois por “Vila Bananal” (nome da fazenda que deu origem à maior parte do DF) e, finalmente por Vila Amaury (nome de um funcionário da Novacap e um dos líderes da epopeia), a vila chegou a abrigar 16 mil pessoas, que conheciam o destino do local: a submersão, quando o lago chegasse.

Apesar de provisório o lugarejo tinha ruas, bares, comércio e até um pequeno parque de diversões, que alegrava os domingos empoeirados daqueles bravos moradores. Durante oito meses as águas avançavam mansas, lentamente, por sobre a terra seca e avermelhada do cerrado. Até que a água atingiu o joelho das pessoas e foi preciso uma grande operação da Novacap para retirar todo mundo às pressas. Por isso, muitas casas e pertences permanecem intactos até hoje no fundo do lago

Mergulhador no Lago Paranoá, dentro de uma kombi. Foto: Agência Estado


As primeiras famílias transferidas da Vila Amaury e de invasões próximas a Vila Planalto foram assentadas em Sobradinho. Outras famílias foram encaminhadas para a cidade do Gama e Taguatinga.

A “Atlântida” brasiliense existiu onde atualmente fica o Grupamento dos Fuzileiros Navais e o Iate Clube. Por conta dessa magia, o local é explorado por mergulhadores interessados em desvendar os segredos dos primórdios da capital.



Curiosidades

Paranoá que é um vocábulo de origem tupi. Significa "enseada de mar", através da junção dos termos paranã "mar" e kûá "enseada", foi em sua origem
um rio piscoso e pedregoso, que dividia os municípios de Planaltina e Luziânia e era bordeado em vários pontos por uma mata alta e densa.

Vista panorâmica do Lago Paranoá - Divulgação


Na barragem foram utilizados 684 mil metros cúbicos de pedra e a mão de obra entre 1,2 mil e 3 mil operários (não há registros históricos definitivos). Com o represamento do Rio Paranoá, originou-se a usina que supria o Distrito Federal, mas que, atualmente, representa apenas 2,5 por cento de seu consumo energético.

Quando o Lago Paranoá atingiu a cota 1000 (mil metros acima do nível do mar), suas águas se estendiam por 37,5km².

Fauna

Biguá, na beira do Lago Paranoá - Divulgação


Uma das aves mais comuns do lago é o biguá. São também encontrados garças, águias-pescadoras, matracas, marrecas-pé-vermelho e marrecas-irerê. Entre mamíferos há a presença de lontras, capivaras, cuícas-d'água, ratos-d’água, micos-estrela, gambás-de-orelha-branca e ratos-do-campo.

Há também o jacaretinga, uma espécie nativa do lago que prefere as águas mais rasas e com mais vegetação e que não costuma atacar humanos.


Ilha do Retiro

Ilha do Retiro- Lago Norte - Divulgação


Desde o ano 2000, a pesca é permitida e incentivada no lago após sua despoluição, onde são extraídos em sua maioria tilápias, espécie não nativa, assim como o tucunaré e a carpa, esta última introduzida especialmente como limpeza contra as algas. As espécies nativas são cará, lambari e traíra.

Navegação e Esportes Náuticos

Barragem do Paranoá - Divulgação


O Distrito Federal possui mais de 11 000 embarcações registradas, sendo a terceira maior frota náutica do país. Entretanto, não há, em toda a orla do lago, qualquer píer ou marina públicos.

São praticados no lago vários esportes náuticos como canoagem, remo, iatismo, esqui aquático e até mergulho. Ali é realizada, desde 1994, a Regata JK, disputa com mais de duzentas embarcações

Naufrágio

Imagination - maior naufrágio do Lago Paranoá - Foto: Divulgação


No dia 22 de maio de 2011, um barco Superlotado, que apresentava problemas estruturais e não tinha colete salva-vidas para todos os passageiros, naufragou no Lago Paranoá. O acidente aconteceu por volta das vinte horas e trinta minutos, durante um evento que estava sendo realizado. A embarcação tinha licença para operar com noventa passageiros e dois tripulantes, mas o Corpo de Bombeiros diz que pelo menos 104 pessoas estavam a bordo. Porém não se tem certeza da quantidade exata no número de pessoas presentes no barco. A embarcação ficou inclinada e a 17 metros de profundidade. Foi confirmado que nove pessoas perderam a vida na tragédia.


Projeto Na Praia

Na Praia - Divulgação


A partir de 2015 o projeto Na Praia criou uma praia artificial às margens do Lago Paranoá. A área coberta pela areia da praia é de 6mil m², com o total de 400mil toneladas. O evento foi pensado de forma a reduzir impactos ambientais, sendo hoje modelo de evento sustentável.




Datas

18 de outubro de 1956 — Israel Pinheiro informa à imprensa que as obras de represamento do Lago Paranoá já começaram.

Julho de 1957 — Concluído o anteprojeto da usina hidrelétrica.

Dezembro de 1958 — Início das obras da ensecadeira do desvio, com previsão de que, no começo de 1959, se completaria o canal do desvio. Em seguida, ficariam prontas a ensecadeira do desvio, a escavação do vertedouro e a impermeabilização.

Janeiro de 1959 — Conclusão da ensecaderia do desvio e conclusão do vertedouro.

28 de fevereiro de 1959 — O canal para o desvio, a ensecadeira do desvio, a escavação do vertedouro e a segunda fase da impermeabilização foram concluídos.

25 de abril de 1959 — A Novacap anuncia que, por determinação do ministro da Marinha, almirante Mattoso Maia, o Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro iria construir as comportas da barragem do Rio Paranoá.

2 de maio de 1959 — Em avião especial, chega a Brasília 1,5 mil exemplares de peixes selecionados pela Divisão de Caça e Pesca do Ministério da Agricultura e que servirão de reprodutores no Paranoá.

12 de setembro de 1959 — Fecha-se a barragem do Paranoá. Juscelino e Sarah fazem descer a comporta de ferro da barragem, manobrando um trator, sob o testemunho de uma multidão. O lago começa, então, a se formar.

19 de novembro de 1959 — A Usina do Paranoá, contratada com a Siemens, aproveitará o desnível da Cachoeira do Paranoá e a barragem do Lago. Os trabalhos da barragem já estão concluídos na parte essencial, ficando a Siemens com os serviços de instalação da usina.



O Futuro

Subsistema Lago Norte - Foto Caesb


Com 74% das obras concluídas, o início da captação de água do Lago Paranoá está previsto para 2 de outubro deste ano. De acordo com a Caesb, a obra foi contratada para execução no prazo de oito meses. A previsão é que o subsistema inicie a captação de 700 litros por segundo.  A estrutura está na ML 4, no Setor de Mansões do Lago Norte.

Quando finalizada, a obra será usada pela Caesb para abastecer
Asa Norte, Itapoã, Lago Norte, Paranoá, Parte de Sobradinho II e Taquari, aliviando o Sistema Produtor Santa Maria-Torto, que poderá  transferir sua produção  para outros reservatórios e ajudar a minimizar a crise hídrica no DF.

Pedalinhos - Jornal de Brasília


O Lago Paranoá é um patrimônio natural da capital Patrimônio da Humanidade. Espelho do céu exuberante de Brasília e orgulho da sua população. Uma saudação especial a Glaziou, Juscelino, Lúcio, Oscar, Sayão, Israel, Ernesto e tantos outros.

Lago Paranoá ao entardecer - Divulgação


  
Fontes de consulta:

FONSECA, Fernando Oliveira. Org. Olhares sobre o Lago Paranoá. Brasília: Secretaria de Meio Ambiente e recursos Hídricos, 2001.
CRULS, Luiz. Relatório da Comissão Exploradora do Planalto Central: relatório Cruls. Brasília: CODEPLAN, 1992.
Relatório Técnico sobre a Nova Capital da República: relatório Belcher. 3 ed. Brasília: CODEPLAN, 1984.
COSTA, Lúcio. Relatório do Plano Piloto de Brasília: Brasília Cidade que Inventei. ArPDF, CODEPLAN, DePHA. Brasília: GDF, 1991.
KUBITSCHEK, Juscelino. Por que construí Brasília. Brasília:Senado Federal, 2009
Instituto Histórico e Geográfico do DF - IHG
Correio Braziliense
Jornal de Brasília




sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Lei de Assentos Preferenciais no DF




Lei torna todos os assentos dos transportes coletivos do DF preferenciais


Foto: Christophe Simon - AFP


Brasília se junta a outras capitais brasileiras, onde a legislação já está  vigorando. Com a sanção do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), publicada na edição desta sexta-feira (1º/9) do Diário Oficial do Distrito Federal, a Lei nº 5.984, de 2017, de autoria do deputado Cristiano Araújo (PSD), que havia sido aprovada pela Câmara Legislativa (CLDF) no fim do mês de junho entrará em vigor em 60 dias.

Na prática a lei torna todos os assentos dos veículos do transporte coletivo e metroviário preferenciais para idosos (idade igual ou superior a 60 anos), pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e mulheres grávidas ou com crianças de colo.


Foto: Toninho Tavares - Agência Brasília

  
De acordo com o projeto, a configuração visual dos assentos dos coletivos será mantida. As empresas de transporte público terão apenas que fixar avisos ao longo dos veículos com a informação de que todos os lugares são preferências. Já a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) deverá divulgar a medida em suas estações.


Segundo Cristiano Araújo, o projeto partiu de uma demanda da sociedade e visa contribuir no processo educacional da população. "Quem utiliza o transporte público muitas vezes se depara com uma pessoa mais jovem ocupando um assento e, por não ter mais nenhum preferencial disponível, um idoso ou uma gestante ficam em pé. Em outros locais, já é cultural se dar preferência nesses casos", disse.




O distrital salientou a importância de o governo realizar campanhas publicitárias para divulgar a proposta da nova lei. Cristiano reforçou ainda que a colaboração dos motoristas e cobradores dos coletivos será importante para o cumprimento da medida. "É uma lei cidadã, que não é de caráter obrigatório, já que não existe fiscalização e multa, mas vai ao encontro do que a sociedade deseja hoje. Devemos mudar nossa cultura para vermos essa lei, de fato, funcionando", afirmou. (Fonte: Correio Braziliense)


Foto: Agência Senado - Arquivo


Dados do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) indicam que mais de 22 mil pessoas com necessidades especiais são transportadas diariamente nos coletivos. O número, porém, não inclui viagens de outros passageiros da categoria preferencial (grávidas, idosos e lactantes).


Acessibilidade

Dados do IBGE indicam a existência de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência física. Considerando que cerca de 30 milhões dessas pessoas vivem em cidades, e somando os milhões de idosos do país, é espantoso que as ruas, calçadas e sistemas de transportes públicos sejam tão mal adaptados a quem se desloca em cadeiras de rodas, com muletas ou bengalas. (Fonte: Mobilize – Brasil)





Greve de ônibus

A negociação entre rodoviários e empresários será retomada segunda-feira(4), com uma nova audiência de conciliação marcada para o início da tarde no Tribunal Regional do Trabalho. A Secretaria de Mobilidade do DF (Semob) afirma que dificilmente rodoviários conseguirão aumento. Caso persista o impasse entre as partes, uma greve geral dos ônibus pode começar já no início da próxima semana, segundo o Sindicato dos Rodoviários do DF.