FAIXA CIDADÃ: DE BRASÍLIA PARA O BRASIL.
Quem diria que uma campanha de trânsito iniciada em um folclórico dia 1º de abril, daria a Brasília, após 20 anos, a condição de cidade brasileira exemplar na relação pedestre/motorista. Coisas da capital...
Pedestres atravessam na faixa de pedestres no Setor Comercial Sul (foto: Pedro Ventura – Agência Brasília)
Política Pública Que Deu Certo
Brincadeiras e ufanismos à parte, a faixa de pedestre é uma conquista da intensa campanha Paz no Trânsito, que envolveu todos os setores da sociedade a partir de 1997 e, com a continuidade de ações educativas, tornou-se ao longo do tempo orgulho para os cidadãos brasilienses.
Com pistas movimentadas, largas e com longas retas, Brasília sempre foi um desafio ao trânsito seguro. A faixa hoje é presença constante para garantir a travessia segura de pedestres. Previstas no Código Nacional de Trânsito desde 1966, essas sinalizações não eram respeitadas no Brasil.
“A minha grande obra durante o meu governo foi mudar a mentalidade do Distrito Federal em relação ao trânsito, que é o mais difícil de se mudar. E mudou. A mentalidade hoje é outra”. Comemora, Cristovam Buarque, senador e ex-governador do DF em 1997.
A narrativa do momento em que surgiu a ideia de respeitar a faixa de pedestres é assim, segundo o Prof. Dr. David Duarte de Lima, da Universidade de Brasília. “…até que um louco varrido veio, um sujeito desmiolado, resolveu fazer a proposta mais louca do mundo, mais maluca, mais inaceitável, mais indecente e mais perigosa do mundo. Ele se levantou e disse: ‘olha, nós vamos respeitar a faixa de pedestres agora. O pedestre na faixa vai ter preferência.’ Foi um pânico geral! Todo mundo ficou pasmo, inclusive os técnicos. ‘Esse cara tá louco?’ O nome desse cara é Renato Azevedo. E aí começou a tal da faixa de pedestres.” (trecho transcrito do site bidu.com.br)
O então governador Cristovam Buarque e assessores atravessam faixa de
pedestre em frente ao STJDF, em 1997 – foto: Brito)
Um grupo formado por governo, mídia e entidades da sociedade civil, conhecido como Fórum Permanente pela Paz no Trânsito, foi o responsável pela discussão de alternativas para atingir a mudança desejada.
Brasília é hoje referência nacional em educação no trânsito.
Os dados falam por si: mesmo com o aumento da frota do DF de 154%, nos últimos 20 anos – passando de 660 mil veículos, em 1997, para 1.679.383, em 2017 – o total de pedestres mortos caiu 50%: em 2016. Hoje, são 5 mil pontos de travessia espalhados pela cidade. “É bacana a gente ver que o tempo passou, nós temos uma nova geração, e essa cultura foi continuada".
Comenta, Silvain Fonseca, diretor-geral interino do Detran-DF.
(Informações: Detran-DF e Agência Brasília)
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