quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Parcelamento de Salários


Câmara Legislativa com a missão de evitar parcelamento de salários

Foto: Kelly Almeida - Metrópoles


Câmara Legislativa recebe do governador Rodrigo Rollember (PSB) projeto para evitar parcelamento de salários. Medida valerá para servidores que ingressarem na carreira após a aprovação do projeto de lei. Proposta ainda cria previdência complementar.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (23), o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, disse que o parcelamento de salários poderá ser evitado se a Câmara Legislativa aprovar até o fim da próxima semana um projeto que cria um novo sistema de Previdência para os servidores.


Foto: Toninho Tavares- Agência Brasília



Com a medida o governo pretende economizar R$ 170 milhões por mês, que atualmente são destinados a  cobrir um rombo da Previdência – e garantir as aposentadorias em dia. Rollemberg foi pessoalmente entregar a PLC na Câmara Legislativa nesta tarde. O projeto vai tramitar com pedido de urgência.

O governador falou sobre a tramitação: “Se (a Câmara) aprovar até o fim da semana que vem, teremos condição de garantir o pagamento integral dos aposentados e dos servidores públicos.”

O caráter de urgência na votação de um projeto, pelo rito da Casa, exige a
assinatura de  oito deputados e aprovação em plenário por 16 dos 24 parlamentares. Caso isso aconteça, os distritais ficam autorizados a eliminar uma série de etapas, permitindo ao governador sancionar a nova lei até o fim deste mês.


 
Foto: Mídia Consulte

Projeto de Lei Complementar (aposentadorias)

A intenção do projeto é fazer com que o governo “economize” R$ 170 milhões por mês, que atualmente são pagos para cobrir um rombo que existe na Previdência – e garantir as aposentadorias em dia. A ideia central é unir dois fundos de pensão e, com isso, fazer com que um superavitário cubra o outro, deficitário. Segundo Rollemberg, essa medida pode resolver o problema "por alguns anos".

Outra preocupação do governo é com as novas regras da Previdência Social, 5,5 mil servidores deram entrada nos pedidos de aposentadoria em 2017. Em 2016, foram 4,5 mil funcionários.


Repercussão

Os sindicatos ainda não comentaram a proposta de unir os fundos de previdência mas, nesta terça, abriram fogo contra o anúncio do GDF de parcelar salários. O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, disse que a categoria vai entrar na Justiça contra a ação adotada pelo governo, conforme já havia adiantado ao P4 Notícias, em entrevista concedida em 15/08. Leia a entrevista.


Gutemberg Fialho, presidente do SinMédico. Foto: TopTV - Arquivo

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Edson de Castro, a medida divulgada preocupa os lojistas. “A nossa cidade é formada basicamente por servidores públicos. Se eles não têm pagamento, o comércio para de vender.”

De acordo com a entidade, desde que surgiu a notícia do possível  parcelamento de salários, na semana passada, o sindicato já contabilizou uma queda  nas vendas de 10% em relação ao mesmo período de 2016.


Parcelamento de salários

Caso haja o parcelamento de salários, professores, médicos, enfermeiros, analistas de políticas públicas e de gestão governamental, auditores de controle interno, auditores tributários e procuradores, formam o grupo que recebe mais de R$ 7,5 mil mensais, ele representa 22%, ou seja, 44.953, dos mais de 115 mil servidores do GDF (dado Portal da Transparência – DF).


O desafio do acordo

O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), disse que partindo de uma previsão otimista, “vai tentar colocar o texto em votação na terça (29) da semana que vem”. Apesar disso, ele reconheceu que o assunto é "polêmico", e que será preciso "construir consenso entre servidores".

Presidente da Câmara Legislativa, deputado Joe Valle. Foto: CLDF - Arquivo


Sobre os próximos passos, Joe Valle afirmou que a Casa vai se debruçar sobre o assunto e que, nesta quinta (24), se reunirá com os principais representantes dos sindicatos. “É a vida das pessoas que está em jogo.”



Outras medidas

O governador afirmou ainda que não está descartada a opção de privatizar alguma empresa do GDF. Nos bastidores, por exemplo, discute-se a privatização da CEB. "É importante que esse debate seja feito, mas isso naõ resolve o problema de imediato. Nosso problema é de curto prazo. Estamos aberto a fazer o debate, mas não estamos colocando o assunto neste momento."


Contingenciamento

A meta do governo é contingenciar R$ 544 milhões do orçamento do DF até o fim de 2017. Rollemberg enfatizou a necessidade de revisões em despesas e investimentos, fazendo com que as diversas secretarias atinjam uma média de 3% de redução em seus orçamentos, que será usado para garantir o caixa do GDF.


Foto: Blog Mais Comunidade


O contingenciamento, no entanto, não afetará o setor de Segurança Pública, que recebe recursos do Fundo Constitucional, nem repasses federais para a Secretaria de Saúde. Quanto ao orçamento da Saúde pago com verba do próprio GDF, o governo deu o adiantamento referente a um mês de salário para a pasta conseguir fechar o ano.


Justificativa


O governador defendeu a necessidade das medidas e enumerou uma série de motivos para que o Palácio do Buriti não consiga honrar a folha de pagamento em dia para todo o funcionalismo. Segundo Rollemberg, a arrecadação de 2017 foi menor que o previsto e, com isso, o DF acumula um déficit anual de R$ 1,6 bilhão. De acordo com as planilhas apresentadas, esse valor era de R$ 3,5 bilhões quando o atual governo assumiu, em janeiro de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário