“ESCOLA SEM PARTIDO”: MAIS UMA POLÊMICA À VISTA NO DF
Depois do embate com o Executivo local, por
conta da lei anti-homofobia-regulamentada pelo governador Rollemberg e derrubada
pela Câmara Legislativa-, outro projeto polêmico esteve nesta terça-feira (27),
em vias de ir à votação naquela Casa.
Trata-se
de projeto similar ao conhecido nacionalmente como “Escola Livre” ou “Escola
Sem Partido”. O deputado Rodrigo Delmasso (Podemos), pretendia colocá-lo em
votação, no entanto, desistiu da proposta, por recomendação de colegas, que avaliaram
o momento como inapropriado, por conta dos recentes episódios (leia matéria
neste blog).
O
projeto já passou pela análise das comissões competentes e está pronto para ir à
votação desde 2016. Em seu texto ele proíbe “a doutrinação ideológica nas salas
de aula”. Em outras palavras, os
professores não poderiam expor a seus alunos, o seu posicionamento pessoal ideológico,
político ou religioso.
Em março deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal (STF), suspendeu a lei do estado de Alagoas, atendendo a um pedido de liminar feita pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino, que
entrou no STF com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a lei. Na
decisão, o ministro Barroso defendeu que é competência exclusiva da União
legislar sobre diretrizes e bases da educação. Para tornar-se definitiva, a
decisão precisa ser confirmada pelo colegiado da Corte.
Em
defesa do projeto, Rodrigo Delmasso afirma que: “um Estado que se define laico
— e que, portanto, deve ser neutro em relação a todas as religiões — não pode
usar o sistema de ensino para promover uma determinada moralidade, já que a
moral é, em regra, inseparável da religião”.
O projeto de lei Escola Livre, iniciativa pioneira do Estado de
Alagoas, previa mudanças na postura dos professores da rede pública estadual.
Eles seriam impedidos de dar opinião, mantendo "neutralidade" sobre o
conteúdo pedagógico apresentado na sala de aula.
Em
seu site, o autor do projeto, deputado Ricardo Nezinho (PMDB- AL), diz que ele
é necessário para que o professor não expresse sua opinião dentro da sala de
aula e, assim, seja imparcial. O texto pretende manter a pluralidade de ideias
na escola”. Completou.
A lei não agrada educadores, intelectuais e parte dos alunos,
que temem censura no ambiente escolar. O cientista social e professor da
Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Emerson Oliveira diz que o “Escola
Livre” é um contrassenso à educação.
A lei que instituiu o programa Escola Livre em Alagoas foi
promulgada em maio do ano passado, após ter sido aprovada por unanimidade pela
Assembleia Legislativa. O projeto chegou a ser vetado pelo governador Renan
Filho (PMDB), mas o veto foi derrubado pelos deputados estaduais.
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