sexta-feira, 16 de junho de 2017

Política Ambiental


“Menos é mais. Ou melhor, zero é mais”.

Como dissemos na matéria “Você Sabe o Que é Lixo Zero?”, o conceito de redução da produção de lixo vem ganhando força no mundo inteiro. E é nisso que se baseia a ideia de Lixo Zero, que chamou a atenção do engenheiro civil Rodrigo Sabatini, em um congresso nos Estados Unidos. Em 2009, ele criou o Instituto Lixo Zero Brasil. Vamos saber um pouco mais sobre ele?

Rodrigo Sabatini. Foto: Miriam Zomer - Agência AL


Rodrigo criou o Instituto Lixo Zero Brasil, uma organização sem fins lucrativos composta por uma equipe multidisciplinar de profissionais e estudantes das áreas de desenvolvimento e gestão socioambiental, Engenharia Sanitária e Ambiental, Design, Biologia e Educação Ambiental. Faz parte da ZWIA – Zero Waste International Alliance (Aliança Internacional para o Lixo Zero), movimento internacional de organizações que disseminam o conceito e princípios Lixo Zero no mundo.

Para Sabatini, que viaja pelo Brasil e exterior pesquisando, proferindo palestras e difundindo o conceito Lixo Zero, o maior problema do ser humano é associado ao comportamento. Não se pode mais simplesmente jogar as coisas no lixo, é preciso se fazer o encaminhamento das mesmas de forma correta.

E ele acrescenta: “As pessoas devem ser agentes de mudanças. A mudança do mundo não pode ser feita sozinha por um indivíduo. Para mudar o mundo é preciso de novos profissionais e educadores que mudem o processo do sistema que está na sociedade”.

Sobre a lei específica que trata desse o assunto, Sabatini elogia o seu conteúdo, mas adverte: “Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS ter dado um caráter profissionalizante para o processo de coleta seletiva dos resíduos — porque nós tínhamos um movimento muito amador —, nesses  6 anos pouco se fez para a profissionalização das pessoas que trabalham com o lixo”.

Veja a seguir trechos de entrevista concedida ao IHU-on line:
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/531587. Segundo ele, entre as dificuldades, há a falta de preparo dos municípios: “85% dos municípios brasileiros têm menos de 50 mil habitantes, então a infraestrutura é muito pequena. No caso dos municípios com uma população maior, são muito complexos para implementar a política no curto prazo”.

Rodrigo Sabatini. Foto: Luís Debiasi - Agência AL


Na avaliação de Sabatini, com o desenvolvimento da PNRS, a principal meta deve ser a de alcançar índice de lixo zero, a exemplo do que já fazem outras cidades, como São Francisco, na Califórnia, que “encaminha para o aterro apenas 18% de todo o lixo que produz, quer dizer, 82% dos resíduos da cidade são tratados, encaminhados e voltam para a cadeia produtiva”.

“O futuro nos leva para o lixo zero, para a economia circular, para a reutilização total, por isso, precisamos de profissionais que pensem em mudar o processo de produção, mudar o conceito do produto e a aplicação dele, ou seja, remodelar o sistema”, diz o engenheiro civil.

Rodrigo Sabatini é Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Atualmente é presidente do Instituto Lixo Zero Brasil e diretor da  Zero Waste International Alliance.

Na semana que vem, não perca a entrevista EXCLUSIVA com Rodriga Sabatini e muito mais informação sobre LIXO ZERO.


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